quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

AS PRINCIPAIS HISTÓRIAS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL DO ANO: 2017 EM REVISÃO

No ano prestes a findar destaco os seguintes factos ou acontecimentos:

ACTUAÇÃO DA INAE NO COMBATE À CONTRAFACÇÃO – a dinâmica imposta pela nova direcção (liderada por Rita Freitas) resultou em alguma acções de vulto no combate à contrafaccao, um mal que continua a flagelar a economia do país. Entre as vários acções levadas a cabo, podem ser mencionadas, a título de exemplo, os seguintes:
i) A apreensão e posterior destruição de 5.041 discos contrafeitos, em Agosto na Cidade da Beira, e a apreensão de três mil discos pirateados, em Junho na Cidade de Maputo, ambas no âmbito do projecto Stop Pirataria, visando a protecção dos direitos de propriedade intelectual dos artistas; ii) A apreensão de produtos electrónicos e vestuário diverso contrafeitos, em Dezembro na Cidade de Maputo. O lote de produtos apreendidos consistia de televisores plasma, tinteiros de impressoras de marca HP, calçado, sabão em pó, lanternas, ventoinhas, entre outros; iii) A apreensão, em Abril na Cidade de Maputo, de quarenta e seis mil caixas de cerveja, como consequência da violação dos direitos exclusivos de desenho industrial de terceiros.
Diante das proporções da contrafacção que graça no mercado nacional, estas acções podem ser como uma gota no oceano, mas revestem-se de uma grande importância na medida em que sinalizam que as entidades competentes estão cientes da realizadade e mostram-se disponíveis e prontas para agir sempre que tal se justifique. Não menos importante, estas acções podem servir para, por um lado, consciencializar a sociedade sobre o mal que constitue a contrafacção e, por outro, servir de elemento dissuasor para potenciais contrafactores.
Rita Freitas, Inspectora Nacional




A ADESÃO DE MOCAMBIQUE AO PROTOCOLO DE BANJUL – como membro da ARIPO, Moçambique era apenas signatário do Protocolo de Harare, para a protecção de Patentes, Modelos de Utilidade e Desenhos Industriais. A 19 de Setembro de 2017, o Governo apreciou e aprovou a resolução que ratifica a adesão da República de Moçambique ao Protocolo de Banjul sobre Marcas, adoptado em 19 de Novembro de 1993 e os respectivos regulamentos de implementação. Quando já em vigor, este dispositivo legal vai permitir aos empresários moçambicanos protegerem os seus direitos (marcas) em todos os Estados Membros da ARIPO, uma maior exposiçã internacional dos AOPIs mocambicanos (desde que façam a sua acreditação junto da ARIPO), resultando numa maior procura dos seus serviços por agentes e escritórios internacionais, entre outras vantagens.


LANÇAMENTO DO LIVRO "DIREITO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL" – é da autoria de Télio Murure, Agente Oficial da Propriedade Industrial, e aconteceu no dia 7 de Novembro. É o primeiro livro sobre propriedade intelectual de um autor mocambicano a ser lançado no país, o que é notavel. Num país onde a propriedade intelectual não é muito conhecida, esta obra constitui mais um meio de divulgação e promoção da propriedade intelectual e sua relevância para o país.



segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

SEMINÁRIO SOBRE A RELEVÂNCIA DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL PARA OS BANCOS COMERCIAIS

O evento decorreu no dia 13 de Dezembro corrente na cidade de Maputo e foi organizado pelo IPI. O encontro tinha como objectivos a disseminação de informação sobre as vantagens do uso do sistema da propriedade industrial e o aprofundamebto dos conhecimentos dos participantes sobre os procedimentos para a protecção e transmissão dos direitos de propriedade industrial para o desenvolvimento económico do país. 
O seminário tinha como grupo alvo, funcionários das entidades ligadas a actividade financeira, os Agentes Oficiais da Propriedade Industrial, pesquisadores, estudantes, investigadores, entre outros.
A Baipa esteve representada pelos colaboradores Maria Augusta, Priscilla Zibia e Celso Ruco.



 
Esta, e todas as fotos acima, foram retiradas da página do facebook do IPI.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

INAE APREENDE PRODUTOS CONTRAFEITOS

Após denúncia recebida de terceiros, e em cumprimento do disposto nos artigos 222 e 223 ambos do Código da Propriedade Industrial, a 4 de Dezembro corrente a INAE apreendeu diversos produtos contrafeitos em vários armazéns localizados na cidade de Maputo. Trata-se um pequeno passo, mas com impacto assinalável no combate à contrafacção que grassa no país.

O assunto foi ecoado na imprensa nacional, sobretudo O PaísRadio Moçambique e Notícias.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

BAIPA ORGANIZES MEETING ON BANJUL PROTOCOL

A meeting on the Banjul Protocol on trademark registration took place on 7 November in Maputo. The meeting was organized by Braz & Associados, Lda and was attended by the General Director of ARIPO, Dr. Fernando dos Santos, IPI representatives, Dr. Julieta Nhane (Director of the Central Services of Trademarks and Patents) and Mr. Emídio Rafael (Coordinator of the Legal Department), Official Agents of Industrial Property (AOPI) and other interested parties.
Against the background of the country's recent adherence to the protocol, the purpose of the meeting was to illustrate the impact of this important instrument and to disseminate information on how Mozambican agents can take advantage of it and even the other protocols managed by ARIPO.
In his opening remarks, the Baipa partner, Sérgio Braz, pointed out that after the concerns expressed by the AOPIs over the years in which the country's accession to the protocol lasted, and having now been consummated, this was the moment to move on, that is, to understand and master the mechanisms and procedures, to understand the processes and to outline strategies for a better use of the situation that is approaching.
On her behalf, Dr. Julieta discussed the accession process, explaining that it was a long process in which the various interested parties were heard. She explained that the accession is justified by the fact that Mozambique is a member of ARIPO and therefore it makes perfect sense not to stay out from the Banjul Protocol, that is, the integration of the country into that organization must be complete and, that is, within all the protocols of the organization.
The General Director of ARIPO, however, as the main speaker of the event, elaborated on the organization's history, its structure, the numerous services it provides, its relationship with the national offices of the Member States and its mandate regarding the several types of intellectual property rights.
Regarding the Banjul Protocol, he expressed its sympathy with AOPIs' fears that this accession may cost them a certain amount of work, but has ensured that regional integration is irreversible, which means that cooperation must be complete and not a cooperation of convenience per protocol. Building on his vision of intellectual property geared to social, technological and economic development, he has listed, inter alia, the following advantages of adhering to the Banjul Protocol:
• Mozambican entrepreneurs are now able to protect their rights (trademarks) in all ARIPO Member States, which is not possible in the current situation.
• Since they are accredited to ARIPO, the Mozambican AOPIs will become more exposed internationally, which means that they will be increasingly sought by international agents and firm to register their trademarks in the region via ARIPO.
• ARIPO has its procedures for registering intellectual property rights digitalized, making processes simpler and more flexible.
To not waste these advantages, Mr. dos Santos suggested that Mozambican AOPIs should be more attentive to what is happening at ARIPO and at international level so that they can take advantage of the many opportunities offered, such as the training given by ARIPO and WIPO (both short-term and master's degree courses), annual work meetings between ARIPO and IP Agents, specialized international annual meetings, among many other networking opportunities. This is to say that the AOPIs have the challenge of becoming more and more professional and specialized, making their activity increasingly visible at the regional and international levels.

It should be mentioned that the accession process will be concluded when the Government of Mozambique deposits the instruments of ratification at ARIPO, and three months later the protocol will enter into force in the country.






BAIPA ORGANIZA ENCONTRO SOBRE PROCOLO DE BANJUL

Foto de família dos participantes
Teve lugar no dia 7 de Novembro corrente, na cidade de Maputo, um encontro sobre o Protocolo de Banjul referente ao registo de marcas. O encontro foi organizado pela Braz & Associados, Lda e contou com a participação do Director Geral da ARIPO, Dr. Fernando dos santos, dos representantes do IPI, Dra. Julieta Nhane (Directora dos Serviços Centrais de Marcas e Patentes) e Sr. Emídio Rafael (Coordenador do Departamento Jurídico), de Agentes Oficiais da Propriedade Industrial (AOPI) e outros interessados.
Tendo como pano de fundo a recente adesão do país ao referido protocolo, o encontro tinha como objectivo ilustrar o impacto deste importante instrumento e, outrossim, disseminar informação sobre como os agentes moçambicanos podem tirar vantagem do mesmo e inclusive dos demais protocolos geridos pela ARIPO.
Na sua alocução de abertura, o sócio da Baipa, Sérgio Braz, fez questão de notar que depois das inquietações e preocupações manifestadas pelos AOPIs ao longo dos anos em que durou a eventualidade da adesão do país ao protocolo, e tendo agora esta sido consumada, este era o momento de seguir em frente, ou seja, entender e dominar os mecanismos e os procedimentos, entender os processos e delinear estratégias para um melhor aproveitamento da situação que se avizinha.
Por seu turno, a Dra. Julieta discorreu sobre o processo de adesão, explicando que tratou-se de um processo longo e no qual foram ouvidas as várias partes interessadas na matéria. Explicou ainda que a adesão justifica-se pelo facto de Moçambique ser membro da ARIPO e, por isso mesmo, faz todo o sentido que não fique de fora do Protocolo de Banjul, ou seja, a integração do país naquela organização deve ser integral e completa, isto é, no âmbito de todos os protocolos da organização.
O Director da ARIPO, entanto que orador principal do evento, elaborou sobre o historial da organização, a sua estrutura, os diversos serviços que presta, a sua relação com os escritórios nacionais dos Estados Membros e o seu mandato referente aos vários tipos de direitos de propriedade intelectual.
No que diz respeito ao Protocolo de Banjul, mostrou a sua compreeensão em relação aos receios dos AOPIs de que esta adesão pode lhes custar um certo volume de trabalho, mas assegurou que a integração regional é irreversivel, o que quer dizer que a cooperação deve ser completa, em todos os protocolos e não uma cooperação por conveniência por cada protocolo. Alicerçado na sua visão de uma propriedade intelectual virada para o desenvolvimento social, tecnológico e económico, ele elencou, entre outras, as seguintes vantages da adesão ao Protocolo de Banjul:
  • Os empresários moçambicanos passam a poder proteger os seus direitos (marcas) em todos os Estados Membros da ARIPO, o que não é possível na situação actual.
  • Os AOPIs mocambicanos, desde que façam a sua acreditação junto da ARIPO, ficam mais expostos internacionalmente, o que fará com que sejam cada vez mais procurados por agentes e escritórios internacionais para o registo das suas marcas na região via ARIPO.
  • A ARIPO tem os seus procedimentos de registo de direitos de propriedade intelectual digitalizados, o que torna os processos mais simples e flexíveis.
Para que estas vantagens não sejam desperdiçadas, Dos Santos sugeriu que os AOPIs devem estar mais atentos ao que se passa a nível da ARIPO e a nível internacional para que possam tirar proveito das inúmeras oportunidades que se oferecem, tais como as formações dadas pela ARIPO e pela OMPI (quer sejam cursos de mestrado, quer de curta duração), as reuniões anuais de trabalho entre a ARIPO e os agentes, as reuniões anuais internacionais especializadas, entre várias outras oportunidades de integração (networking). Quer dizer, os AOPIs têm o desafio de se profissionalizar e especializar, tornarem a sua actividade cada vez mais visível no plano regional e internacional.

Importa mencionar que o processo de adesóo estará concluído quando o Governo de Moçambique fizer o depósito dos instrumentos de ratificação na ARIPO, sendo que três meses depois o protocolo entrará em vigor no país.
Dr. Fernando dos Santos e Sérgio Braz
Nelson Covane e Cládia Mabone, a mestre de cerimónias
Dr. Fernando dos Santos, Sergio Braz e Julieta Nhane (IPI)
Moniz Agostinho (Baipa), Celso Buque (DDJ Law, Lda) e Eugénia Uamusse (Millenium Bim)

Nidia D'Almeida (Adams & Adams), Abdul Magid Osman e Priscilla Zibia (Baipa)

Perdigão Jordão (ACS/ FSA, Lda)

Emidio Rafael (IPI) e Celso Ruco (Baipa)

Delfim de Deus (DDJ Law) e Maria Augusta (Baipa)















Rênia Sithole (S&S Consultores, Lda) e Gisela Chunguane (HPF Advogados)



quarta-feira, 20 de setembro de 2017

MOÇAMBIQUE ADERE AO PROTOCOLO DE BANJUL E AO ACORDO DE VIENA

O Governo de Moçambique, na sua 33.ª Sessão Ordinária, no dia 19 de Setembro de 2017, apreciou e aprovou a resolução que ratifica a adesão da República de Moçambique ao Protocolo de Banjul sobre Marcas, adoptado em 19 de Novembro de 1993 e os respectivos regulamentos de implementação.
Na mesma sessão o Governo, igualmente, apreciou e aprovou a resolução que ratifica a adesão da República de Moçambique ao Acordo de Viena de 1973, que estabelece a Classificação Internacional de Elementos Figurativos de Marcas e suas Sucessivas Modificações.
Vale lembrar que o Protocolo de Banjul é gerido pela ARIPO (Organização Regional Africana da Propriedade Intelectual), com sede em Harare, Zimbabwe, da qual fazem parte 19 Estados membro, a saber: Botswana, The Gambia, Ghana, Kenya, Lesotho, Malawi, Mozambique, Namibia, Sierra Leone, Liberia, Rwanda, São Tomé and Príncipe, Somalia, Sudan, Swaziland, Tanzania, Uganda, Zambia and Zimbabwe.
Por seu turno, o Acordo de Viena é administrado pela WIPO, tendo à ele aderido 32 Estados membro.






The Government of Mozambique, at its 33rd Ordinary Session, on 19 September 2017, considered and approved the resolution ratifying the accession of the Republic of Mozambique to the Banjul Protocol on Trade Marks adopted on 19 November 1993 and the respective implementing regulations.

At the same meeting, the Government also considered and approved the resolution ratifying the accession of the Republic of Mozambique to the 1973 Vienna Agreement establishing the International Classification of Figurative Elements of Marks and their successive modifications.
It is worth remembering that the Banjul Protocol is managed by ARIPO (African Regional Intellectual Property Organization), based in Harare, Zimbabwe, with 19 member states including Botswana, The Gambia, Ghana, Kenya, Lesotho, Malawi , Mozambique, Namibia, Sierra Leone, Liberia, Rwanda, Sao Tome and Principe, Somalia, Sudan, Swaziland, Tanzania, Uganda, Zambia and Zimbabwe.
In turn, the Vienna Agreement is administered by WIPO.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

PROGRAMA DE FORMAÇÃO INTERNA EM MATÉRIA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL - 2ª EDIÇÃO

No seguimento da edição realizada no ano passado, a Baipa iniciou a 29 de Agosto de 2017 a 2ª edição do seu programa de treinamento interno em matéria de Propriedade Intelectual. Os objectivos do programa são os seguintes:
  • Consituir um momento de auto-educação dos colaboradores da empresa com vista a impulsionar o seu aperfeiçoamento individual e com reflexos no seu contributo para a equipa de trabalho.
  • Permitir aos colaboradores a aquisição de conhecimentos/ habilidades fundamentais, cuja aplicação terá um impacto directo na execução das suas tarefas diárias.
  • Dar a conhecer aos colaboradores (no caso dos novos) e/ ou aprofundar (no caso dos mais antigos) a área da propriedade intelectual, em geral, e da propriedade industrial, em particular.
  • Desenvolver nos colaboradores a capacidade de análise crítica dos procedimentos usados na tramitação dos processos junto do IPI.
  • Criar ou estimular as habilidades de leitura, pesquisa e pensamento crítico sobre as mais diversas matérias relacionadas com a propriedade intelectual.













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INTERNAL TRAINING PROGRAM IN INTELLECTUAL PROPERTY MATTERS - 
2nd EDITION

Following the edition realized last year, Baipa started on 29 August 2017 his edition of its internal training program on Intellectual Property. The program have the following objectives:
  • Constituting a moment of self-education of the employees of the company in order to boost their individual improvement and with reflexes in their contribution to the work team.
  • Allow employees to acquire fundamental knowledge / skills, whose application will have a direct impact on the execution of their daily tasks.
  • To make known to employees (in the case of new ones) and / or to deepen (in the case of the older ones) the area of intellectual property in general and industrial property in particular.
  • To develop in the employees the capacity of critical analysis of the procedures used in the processing of the applications at IPI.
  • Create or stimulate reading, research and critical thinking skills on a wide range of subjects related to intellectual property.


quarta-feira, 16 de agosto de 2017

THE CANCELLATION OF TRADEMARK REGISTRATION DUE TO THE NON-FILING OF THE DIU

The recent incidences of cancellations requested by third parties on trademark registrations in Mozambique due to overdue Declaration of Intent to Use (DIU) is of great concern to trademark owners in Mozambique.
The Intellectual Property Institute of Mozambique (IPI) indicated that local Mozambican companies filed these requests and one could well argue that it was filed in bad faith in an attempt to apply and register well-known trademarks for purposes of profiteering.
In Mozambique it is not possible to request the cancellation of a trademark registration on the grounds of non-use. However, the cancellation may be possible in cases where the holder of the registration did not file a DIU at IPI by the respective due date. This is provided for in Decree No. 47/2015, the IP Code, Article 138 (for national registrations) and 162 (for international registrations).
Unfortunately IPI does not notify the trademark owner on receipt of the cancellation request filed by a third party. The trademark owner therefore does not have an opportunity to oppose the cancellation request. The cancellation request will normally be granted on receipt without further notice to the trademark owner, on condition that the DIU is due and the further grace period of six months has expired.
In terms of Article 138(1) a DIU should be submitted to IPI every five years from the date of registration or renewal. Paragraph 2 provides for a grace period “commencing six months before and ending six months after the expiration of the five-year period”. Paragraph 3 is clear on the consequences of non-submission of the DIU: "a trademark for which no declaration has been made is not binding on third parties, and the termination of the registration will be declared by the General Director at the request of any interested party, or if there is found to be prejudice during proceedings for other registrations."
For international registrations, Article 162(2) provides that the DIU must be submitted every five years from the date of the international registration. Paragraph 3 of the Article clarifies that the date of the international registration is the date of registration of the application for an international registration at the WIPO's Bureau.
This led to some confusion, when the General Director of IPI published notices in the Intellectual Property Bulletin Nos. 92, 93, 94 and 95, stating that “to ensure the standardization of the different dates of international trademarks, IPI announces that it will consider as a base date for counting the term for the presentation of the DIU for international trademarks, the date of the notification of the registration application in Mozambique (‘date de notification’ / ‘date of notification’)”. We are however of the opinion that the procedure in the code should prevail, as it was established by law (in this case Decree No. 47/2015 of December 31) and it should not be changed by way of a notice of the General Director of IPI.
The provisions applicable to national registrations apply to international registrations in respect of the effects of non-submission of a DIU, as well as the grace period of six months.
In summary, a cancellation may be requested by an interested third party on the grounds of an overdue DIU, without granting the trademark owner an opportunity to oppose the cancellation request.

In light of the above we at BRAZ & ASSOCIADOS, LDA strongly advise our clients to file DIU’s timeously to avoid the cancellation of a registered trademark, even if the trademark is in use and well-known in Mozambique.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

MARCO HISTÓRICO: PRESIDENTE DA REPÚBLICA VISITA O IPI

Pela primeira vez na história do país um presidente da república visitou a instituição governamental que tem por missão a administração do sistema da propriedade industrial, o Instituto da Propriedade Industrial[1].

Com efeito, Filipe Nyusi escalou o IPI no dia 20 do corrente mês no âmbito da sua visita ao Ministério da Indústria e Comércio, e foi posto ao corrente da importância da propriedade industrial para a economia do país. A posterior, e já no Conselho Consultivo Alargado do ministério, o Presidente da República procurou inteirar-se das medidas que estão a ser tomadas para combater a concorrência desleal, pois ele considera esta um problema sério.

Vale lembrar que a concorrência desleal é um dos tipos de violação dos direitos de propriedade industrial e consiste na pratica de actos contrários aos bons usos e costumes da actividade industrial, comercial ou de serviços, nos termos dos artigos 212 e 213 do Código da Propriedade Industrial.
Max Tonela (Ministro da Indústria e Comércio), Filipe Nyusi e José Meque (Director Geral do IPI). Imagem retirada do facebook do IPI.


Max Tonela, Filipe Nyusi, José Meque e Latifa Manuel (técnica do IPI). Imagem retirada do facebook do IPI.



[1] Vide artigo 5 do Código da Propriedade Industrial.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

INCREASE OF OFFICIAL FEES

The Government approved the increase of official fees for all IP rights as from 15 July 2017. The new official fees was approved by Decree nº 35, published in the Official Gazette nº 75, of 15 May 2017.
It is important to note that with regard to trade marks, Mozambique uses a single class system provided for in terms of article 126 of the IP code. Therefore, availability searches and DIU's will be charged per class.
The approval of the new fees, enable IPI to now receive renewal applications for logotypes, trade names and industrial designs. The logotypes, trade names and industrial designs that is valid up until 14/07/2017 will be exempted from paying the respective renewal fees provided the renewal applications are filed at IPI before 31 December 2017. The logotypes, trade names and industrial designs which period of validity is from 15/07/2017 onwards shall pay the applicable renewal fees provided for in the new schedule of fees. 

quarta-feira, 28 de junho de 2017

SEMINÁRIO SOBRE O SISTEMA DE PROTECÇÃO BASEADA NA QUALIDADE E ORIGEM DOS PRODUTOS

Teve lugar na cidade de Maputo, entre os dias 8 e 9 de Junho corrente o seminário subordinado ao tema supramencionado. O mesmo foi organizado pelo Instituto da Propriedade Industrial em colaboração com a OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual) e tinha como objectivo sensibilizar os produtores nacionais, em particular, e a sociedade, em geral, sobre os benefícios do uso estratégico do Sistema de Indicações Geográficas e das Denominações de Origem. Esta foi, igualmente, uma oportunidade para a divulgação do potencial comercial de alguns produtos nacionais, através da potenciação da qualidade dos produtos como consequência da sua origem geográfica.

A Baipa foi representada no evento pelas suas colaboradoras Igma Nhaca e Cláudia Mabone.
Cláudia, Florence Rojal (Jurista Sénior da OMPI) e Igma.

Com Denis Sautier (CIRAD - Pesquisa Agrícola Para o Desenvolvimento)

sexta-feira, 2 de junho de 2017

O CANCELAMENTO DO REGISTO DE MARCAS EM MOÇAMBIQUE

Várias têm sido as solicitações que temos recebido sobre o cancelamento de marcas em Moçambique. Tais solicitações radicam de, entre outros, duas situações na quais os proprietários de marcas se vêm, amiúde, envolvidos. Primeiro, nos casos em que a sua marca foi registada por outrem e, em devido tempo, não foi apresentada a devida oposição e, segundo, nos casos em que um cliente pretende registar uma marca já titulada por um terceiro que dela não faz uso. Assim, julgamos importante clarificar a disciplina jurídica do cancelamento de marcas no país.

Cancelamento pelo não uso
São frequentes e cada vez mais insistentes as questões relativas ao cancelamento pela não utilização da marca. Entretanto, importa clarificar que o não uso não é um fundamento legal para requerer o cancelamento de uma marca em Moçambique. Parte considerável do equívoco nesta questão tem as suas raízes no primeiro código da propriedade industrial do país. Com o efeito, o Decreto nº 18/1999, de 4 de Maio, que aprovava aquele código prescrevia no seu artigo 109, nº 3, que "o cancelamento pode ainda ser fundamentado na não utilização da marca por um período ininterrupto  de pelo menos  três anos". O nº 4 do mesmo artigo aditava um esclarecimento sobre as circunstâncias nais quais o não uso não deveria ser invocado ("será, no entanto, indeferido o pedido de cancelamento nos casos em que se prove que a não utilização não foi intencional nem devida a nenhum acto exclusivamente imputável ao titular da marca").
Esta norma vigorou até ao ano de 2006, vindo a ser revogada com a entrada em vigor do código aprovado pelo Decreto nº 4/2006, de 12 de Abril. Este código abandonou o cancelamento pelo não uso da marca, acontecendo o mesmo com o novo código aprovado pelo Decreto nº 47/2015, de 31 de Dezembro. Por conseguinte, actulmente não é possivel solicitar o cancelamento de um registo de marca por causa do não uso. Todavia, o cancelamento pode ser requerido nos casos em que o titular do registo não depositou junto do Instituto da Propriedade Industrial (IPI) a devida Declaração de Intenção de Uso (DIU).
Esta matéria é regulada pelos artigos 138 (para os registos nacionais) e 162 (para os registos internacionais). Em relação aos registos nacionais, o nº 1 do artigo 138 estabelece que a DIU deve ser apresentada ao IPI de cinco em cinco anos a contar da data do registo ou de renovação. Sobre os efeitos da não apresentação da DIU, o nº 3 do mesmo artigo é suficientemente claro: "as marcas para as quais essa declaração não tiver sido apresentada não são oponíveis a terceiros, sendo declarada a caducidade do respectivo registo pelo Director Geral a requerimento de qualquer interessado, ou quando se verifique prejuízo de direitos de terceiros no momento da concessão de outros registos". No que diz respeito aos registos internacionais, o nº 2 do artigo 162 prescreve que a DIU é devida de cinco em cinco anos a contar da data do registo internacional. O nº 3 do mesmo artigo clarifica que a data do registo internacional é a data da inscrição do pedido de registo internacional na secretaria da WIPO. Sobre os prazos para apresentar a DIU referente aos registos internacionais, o Director Geral do IPI publicou um aviso nos boletins da propriedade industrial nºs 92, 93, 94 e 95, através do qual esclarece que "com vista a garantir a uniformização das diferentes datas das marcas internacionais, o IPI torna público que tomará como data de base para a contagem do prazo de apresentação de DIU’s de marcas internacionais, a data da notificação do pedido de registo a Moçambique (“date de notification”/”date of notification”)". Em relação a esta matéria, nós somos de opinião que deve prevalecer a norma inserta no código, pois este foi aprovado por uma Lei (no caso, Decreto nº 47/2015, de 31 de Dezembro) e ela não deve ser alterada com base em um simples aviso do DG do IPI. Por remissão do artigo 162, é aplicável aos registos internacionais a disposição aplicável aos registos nacionais sobre os efeitos da não apresentação da DIU, como acima descritos.
Portanto, o cancelamento pode ser solicitando com o fundamento da não apresentação da DIU e não pelo não uso da marca.
O procedimento
O interessado no cancelamento de uma marca deve conduzir uma pesquisa formal do estágio da marca para aferir/ confirmar se a DIU foi depositada ou não. Após a recepção dos resultados confirmando a falta da DIU, deve, então, submeter o requerimento de cancelamento anexando os resultados da pesquisa (é obrigatória a apresentação deste documento comprovativo). O DG do IPI decide em conformidade (regra geral em cerca de trinta dias), notifica as partes interessadas e manda publicar a decisão no boletim da propriedade industrial.

Cancelamento pela via judicial
O código oferece duas opções para o cancelamento pela via judicial. Elas tomam a forma de recurso contencioso, que são governados pela Lei que Regula os Processos de Jurisdição Administrativa, Lei nº 7/2014, de 28 de fevereiro. No seu artigo 3, alínea d), ela estabelece que a jurisdição administrativa tem por objecto dirimir os conflitos entre interesses públicos e privados. Eis as opções:
a)      Anulabilidade
Nos casos em que o IPI decidiu pelo registo de uma marca e há uma terceira parte interessada e que não concorda com tal registo, o código oferece a possibilidade desse interessado requerer junto do tribunal a anulação do registo em causa. A anulabilidade deve ser requerida ao Tribunal Administrativo, pois este é que tem a competência para conhecer e apreciar os actos praticados pelos órgãos do Estado (no caso o IPI), e que recaem sobre os direitos e interesses dos particulares, como prevê a Lei do Procedimento Administrativo, Lei nº 14/2011, de 10 de Agosto.
A anulabilidade deve ser requerida no prazo de noventa dias a contar da data da publicação do despacho de concessão no boletim da propriedade industrial. Tem legitimidade para requerer a anulabilidade aquele que provar que a marca lhe pertence ou por aquele cujo direito fundado em prioridade, tenha sido preterido no acto da concessão da marca, como estabelece o artigo 24 do código.

b)     Nulidade
A declaração de nulidade deve ser requerida, igualmente, ao Tribunal Administrativo e pode ser requerida a todo o tempo, como prescreve o artigo 25 do código. O fundamento legal para requerer a declaração de nulidade tem a ver, essencialmente, com o incumprimento de algumas formalidades na concessão de uma marca. Assim, a nulidade pode ter origem no facto do produto ou serviço a ser assinalado pela marca ser insusceptível de protecção; no facto de terem sido violadas as regras de segurança, ordem e saúde públicas; no facto da marca registada constituír uma ofensa à moral e aos usos e bons costumes; no facto da concessão da marca não ter obedicido a uma formalidade imprescendivel do processo de registo.

O procedimento
A parte interessada deve submeter ao tribunal Administrativo a sua petição com a fundamentação e provas de que é titular do direito da marca e/ ou que tem um fundado interesse na marca em causa. O tribunal notifica ao DG do IPI para responder no prazo de vinte dias, nos termos do artigo 64, da Lei que regula os processos de jurisdicao administrativa, Lei nº 7/2014, de 28 de fevereiro. Uma vez junta a resposta do DG do IPI, o tribunal cita a parte contra-interessada (aquele a quem o provimento do recurso possa afectar directamente) para contestar no prazo de vinte dias. Em caso de necessidade, o tribunal pode notificar a todas as partes envolvidas para juntarem alegações facultativas.
Munido do manancial de informação e provas facultadas pelas partes envolvidas, o tribunal decide em conformidade. A decisao é final e dela não cabe recurso.
Importa mencionar que o processo de cancelamento judicial da marca é bastante moroso e longo. A experiência mostra que há casos que aguardam pelo desfecho há mais de dez anos!! Como facilmente se percebe, esta demora é prejudicial aos interesses das partes envolvidas, que ficam anos a fio sem poderem realizar os seus negócios por não saberem da sorte que recairá sobre as suas marcas. Ou seja, a lentidão do tribunal em decidir sobre os processos resulta numa clara insegurança jurídica, o que afecta sobremaneira os negócios das partes envolvidas.

Conclusão
Como ficou acima demonstrado, o pocesso de cancelamento do registo de marca não é de todo linear e de fácil execução. Por isso, é recomendável que todo aquele com interesse no registo de marcas em Moçambique tenha um eficiente e eficaz "watching service" para fácil e atempadamente detectar potenciais casos de violação dos seus direitos de propriedade industrial, in casu, das suas marcas, e assim poder agir em tempo útil e oportuno, apresentando a competente oposição aos pedidos de registo de marca em causa. Para o efeito, importa notar que todos os pedidos de registo são publicados no boletim da propriedade industrial, correndo a partir da data da publicação, o prazo de trinta dias (prorrogável por mais sessenta dias) para apresentar a oposição. Quer dizer, melhor do que requerer o cancelamento de um registo de marca, é jogar na antecipação, evitando que quaisquer marca ofensiva chegue a ser registada, sequer.

Os processos de oposição e o do pedido de cancelamento for falta de DIU têm a vantagem de serem analisados e decidos por técnicos com conhecimentos sólidos em matéria de propriedade industrial, ao contrário dos processos de cancelamento por via judicial, que são analisados e decidos por pessoas sem o exigível preparo na matéria, com todos os riscos que daí podem advir.

HISTÓRICO! ESTADOS MEMBROS DA OMPI ADOPTAM TRATADO SOBRE PROPRIEDADE INTELECTUAL, RECURSOS GENÉTICOS E CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO

  Os Estados membros da OMPI aprovaram no dia 24 de Maio corrente um novo tratado inovador relacionado com a propriedade intelectual (PI), o...